segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Porteiras e o Cangaço

Imagens que revelam o passado de bravura e coragem


            Imagem da casa do senhor Francisco Pereira de Lucena, no Sítio Guaribas, local onde ocorreu a tragédia das Guaribas ou Fogo das Guaribas em 1° de Fevereiro de 1927, no qual o bravo coronel Chico Chicote e seus homens enfrentaram a força policial de Pernambuco e Ceará, comandada pelo tenente José Gonçalves Bezerra que vieram na investida de prender e desarmar o coronel, por achar que o mesmo era coiteiro de Lampião. Após ter resistido durante 32 horas, já cansado e sem munição, Chico Chicote foi atingido no tórax por balas de rifle e faleceu no local. Ao todo foram encontrados nas Guaribas 27 corpos. Do lado de Chico Chicote morreu ele e um de seus cabras, Manoel Caipora.
            Hoje, no lugar dessa casa que conta fatos da nossa história existem apenas os escombros que aos poucos estão sendo cobertos pela poeira do tempo. Mas, as marcas de balas ainda estão lá, presentes nos troncos dos coqueiros para testemunhar o fato. A história está na memória dos porteirenses, nos livros e nos panfletos escritos do município. Vendo agora as imagens reveladoras daquilo que resta deste fato, nos damos conta da importância de se preservar fotos, fatos e objetos que contam a nossa história. 




Casa de Chico Chicote
Localização: Sítio Guaribas
Distância: a 8 km da sede
Fonte: Acervo do REMOP


Foto de um álbum de família – Documento comprobatório do Fogo das Guaribas

UM RELATO DA HISTÓRIA/MEMÓRIA



            De pé, à direita da foto, ao lado de sua família encontra-se o pai, o senhor Luiz José de Lima, pernambucano de Triunfo, nascido em 11 de Agosto de 1910 – já falecido, pai da senhora Maria Alacoque de Lima, avô da aluna Vanderléia de Lima do 3° ano “D”, residente no Sítio Catolé de nosso município.
            Aqui, quem nos conta a história é a senhora Alacoque que fora entrevistada por sua filha Vanderléia.
            “Minha mãe falou-me que este senhor, o meu avô, destacou-se como policial durante anos no Pernambuco, inclusive, combateu contra o bando de Lampião. O mesmo, ao ser atingido por uma bala de rifle no ombro esquerdo, teve que afastar-se da polícia. Anos depois, apaixonou-se por uma jovem e, vendo que seus pais não concordavam fugiu com ela e veio procurar abrigo em Porteiras, no início de fevereiro de 1927. Segundo minha mãe, no caminho o meu avô e sua amada encontraram a força policial, qual tinha deixado para trás a Tragédia das Guaribas, no sopé da Serra de Porteiras. São palavras de D. Alacoque, minha mãe:
“Sabe, meu pai contava que segurava nas mãos o rifle papo amarelo por ele denominado que pertencia à Chico Chicote e que o comandante do grupo ia conduzindo como troféu.”

            Minha mãe, ainda conserva tudo o que foi do meu avô: a casa de taipa, a sela com os arreios, o baú, os barcos de madeira, os portes de barro, etc”. O meu avô faleceu em 1993, mas a D. Alacoque está aqui ao meu lado, no Sítio Catolé, pronta para contar essa história a quem desejar.”

Por: Vanderléia “3° ano D”

Um comentário:

  1. Prezados, sou de Brejo Santo-CE e junto à Hérlon Fernandes Gomes estamos realizando pesquisas para elaboração de um trabalho literário sobre o Fogo das Guaribas intitulado “Quem Matou Chico Chicote?”.

    Por favor, quem tiver maiores informações sobre os fatos ocorridos, como também documentos, fotos e principalmente relatos dos personagens envolvidos, entrem em contato conosco:

    Bruno Yacub: (88) 9 9906 0046 – byacub@gmail.com

    Hérlon Fernandes: (69) 8127 2168 - herlon.herlim@gmail.com

    Muito obrigado.

    ResponderExcluir