sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Capela de Stº Agostinho: uma relíquia secular da historia religiosa de porteiras.


Capela de Stº Agostinho: uma relíquia secular da historia religiosa de Porteiras.



Sabe-se que a memória é a caixa forte da historia e que onde não há memória não existente história. Assim começamos a falar da origem dessa relíquia secular, usando os relatos dos antigos moradores e depois confrontarmos com o que temos de registros escritos para melhor chegarmos à veracidade do fato.
De inicio usamos o relato da senhora Maria Francisca da Silva de 76 anos de, que nasceu, se criou casou-se e viveu por muitos anos no sitio Barriguda, próximo ao sitio Saco e que hoje reside na cidade, Avenida António Liborio deste município de porteiras, esposa do senhor Chico Miúdo, ela nos diz:
O que eu sei... Começa assim. Eu era garota ainda e já ouvia mãe dizer que essa capela de Stº Agostinho, não era assim não. Era bem pequena. Tinha um rapaz velho que ganhou de seu Né Rosendo, um terreno para fazer uma casinha. Então ele construiu a casa ao lado ele construiu a capela tão pequena que só cabia o altar de Stº Agostinho. O nome dele era Agostinho Braz. Ai o seu Né Rosendo, vendo os cuidados dele com a capela, resolveu aumentar. Quando esse rapaz morreu, os moradores do Saco o sepultaram ao lado da capela. Com a morte do mesmo os cuidados da capela foram entregues ao senhor João Casemiro, também já falecido. Então, depois Dona Ranilda, filha de seu Quinco Neves, passou a tomar conta da capela.
            Em 2005, um grupo de jovens de Porteiras, coordenados pelo monitor de departamento de cultura, desenvolveram o trabalho de mapeamento das expressões culturais do município, onde no sitio saco escolheram o relato do senhor João Carlos da Silva, de 94 anos, apresentado e ele afirmou:
”Antes dessa capela tinha outra pequeninha, foi o finado Né Rosendo que fez em 1912. É que na capela tinha um buraco, ai ele passou e perguntou o que era aquilo, agente deu umas desculpas, ai ele apresentou alguns mestres, para reforçar a capela. O povo ficou tão contente, que todos nós trabalhávamos cantano e ninguém tinha preguiça. Havia duas vantagens, a primeira é que o povo gostava da reunião, a segunda é que tinha necessidade de uma capela. O próprio povo da região que ajudou a fazer.” (Mapeamento das expressões  culturais, 2005-p.66).
            Já nos informes escritos no folder: Roteiro Histórico de Porteiras, do jornalista Antônio Vicelmo, existe uma nota de que a referida capela foi construída no sítio Saco pelo coronel Né Rosendo.
            Também em uma palestra, proferida pelo historiador-mestre e doutorando, Cícero Joaquim dos Santos sobre o tema: Porteiras: História e Memória, em março de 2011, ao falar sobre a religiosidade no inicio da colonização de Porteiras, frisou que em 1912, quando ainda não tínhamos paróquia nem vigário, a religiosidade do município se dava em pequenas capelas, as famosas confrarias, que eram associações religiosas onde leigos se reuniam para realizarem o culto a um santo, existindo nessa época 2 no município, uma no sitio Saco.na capela de Stº Agostinho e o outra na sede a de Nossa Senhora da Conceição.
            Portanto, está mais do que comprovado de que temos no sitio Saco uma capela de origem secular que nos remonta  aos anos de 1912, quando a história de sua existência começa a existir e que isso é motivo de orgulho não só para os moradores da região, do sitio Saco, onde a capela  encontra-se construída, mas para todos os filhos de Porteiras que tem no seu solo uma relíquia secular de sua religiosidades e que juntos celebram os festejos dedicados ao Santo Padroeiro do Histórico Sitio Saco, Santo Agostinho.

COMO ERAM ANTES OS FESTEJOS DO SANTO?
Segundo os entrevistados que residiram ou residem no local, ou nas proximidades, no  inicio festa era maior, pois tinha o novenário no mês de agosto com a realização de quermesses, muitas barracas de comidas típicas, bancas de miudezas, os famosos leilões, onde era comum os namorados moços e os coronéis da região arrematarem prendas para ofertar as suas pretendentes, esposas ate os trabalhadores do seu engenho. A animação ficava por conta dos fogos de artifícios, do carrossel que divertida os jovens e crianças e ainda de um famoso cantor, conhecido como “Zé Biana”, que puxava o fole na sanfona, menino era uma animação só, assim nos falou Dona Maria Francisca da Silva e D. Ranilda Neves, mas segundo elas esse tempo ficou no passado, só restam saudades.
            Hoje ainda existe as novenas e no dia 28 de agosto que é Dia dedicado a Santo Agostinho acontece a missa celebrada pelo vigário da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, o Padre José Alves Sampaio e um pequeno leilão ou bingo. Segundo Dona Ranilda Neves que desenvolve um trabalho de catequese junto aos jovens e crianças do Sitio Saco já há alguns anos, nos jovens, a animação hoje é mais fraca e a participação do povo também. Mais no dia do santo, o 28 de agosto, o povão comparece, isso daqui fica lotado e posso lhes garantir que esta ainda é a maior festa que se tem no sitio Saco.   


Álife Diego - 3º ano "A"

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