A
Cidade Encantada de Porteiras = Paraíso mítico
da
natureza que encanta a nossa mente.
Você acredita em coisas míticas?
Tipo esse sertão já foi mar? Ou ainda que existam locais que os caboquinhos
(espíritos) dos índios aparecem para certas pessoas? Esses e outros fatos são relatos que
povoam o imaginário popular e que são tidos como cultura de uma comunidade. Se,
é verdade, ninguém sabe, mas, o fato, é que ninguém não pode dizer que é mentira, pois quem ousaria
dizer que a História lendária de Roma
Antiga é mentira. O fato é que lendas, crendices, superstição, etc, são
algo que estão relacionados aos homens e presentes na história da humanidade.
Parece que ainda estou lá... É tanta
beleza junta que faz a pessoa ficar parado, quietinho num canto, só observando
e apreciando. As palavras somem, os olhos ficam extasiados, o coração dispara e
a mente começa a projetar um mundo imaginário fantásticos de perguntas, de
dúvidas, de experiências que fazem você tornar-se hora filosofo, hora
historiador, geógrafo etc.
Será que não teria existido ali,
naquele local a presença humana? Algo como uma civilização indígena? Ou ainda
será que esse espaço não foi no passado um oceano com arrecifes e corais? Não
sei... Só sei que são tantas as perguntas que surgem na mente de quem observa
que não da nem para explicar. Porém vou narrar o que vi e ouvi: O local fica a
cerca de 10 km
distante da cidade de Porteiras, no sitio Muquém. É uma área em pedra, um
lajedo que se situa ao lado de uma estrada vicinal, protegido por uma mata. Bem
próximo, encontra-se um solo bem coberto por pedregulho. São pedras pequenas de
todos os tamanhos e cores que chegam a refletir na luz do sol. O espaço
conhecido e chamado por moradores da comunidade como: Rua ou Cidade Encantada é
uma formação rochosa tipo sedimentar que tem cerca de 40 metros de frente com 80 metros de comprimento,
onde as rochas têm locações escuras e são dispostas como se fossem ruas na
forma horizontal, separadas por vínculos retos que emergem do solo parecendo
ruínas de um alicerce que foi soterrado pelo tempo. Cada rua tem os
compartimentos pequenos que aparecem residências. Às vezes, esses resquícios
têm formas de castelos, outras vezes, percebemos formas de pegadas de animais
de porte grande. No local existe uma areia fininha e branca de um brilho
incandescente que parece com as dunas que circundam as praias do litoral
cearense. Além da vegetação típica da caatinga, o mandacaru, a famosa macambira
com seus pendões floridos, as palmas rasteiras com seus frutos maduros e o
xique-xique que ajudam a embelezar o lugar, ao mesmo tempo em que nos remete ao
habitat do sertão.
O fato é que esse local de beleza
infinita guarda consigo algo de mítico, segundo os antigos moradores que há
décadas moram nesse lugar. Trata-se de lendas tecidas pela imaginação das
pessoas mais antigas que aqui viveram e que acabaram caindo no imaginário popular
e virando historias da cultura local.
Ainda em 2006, um grupo de
adolescentes de Porteiras, coordenado pelo departamento de cultura, fez um
trabalho de mapeamento das expressões culturais existentes no município e
através de entrevistas a uma moradora do lugar a senhora Maria Ana de França de
67 anos na época que fez u relato ao grupo:
“Só os índios de primeiro era quem morava na cidade encantada. As primeiras
pessoas que vieram morar aqui foi meu pai Joaquim Antonio Morais e meu tio
Pedro Antonio de Morais. No local aparece os Caboquinhos. Agente não vê mais
escuta os assobios delas.” (Mapeamento dos Exp. Culturais p.68)
Também, hoje colhi de um morador do
lugar, que guiou o nosso grupo até lá, o senhor Raimundo Edneudo Pereira de
Assis, conhecido por Duca de 38 anos,
que nos falou:
Olha meninos, esse local é conhecido por todos os moradores daqui como Ruinhas
encantadas. Ainda me lembro que meu pai nos trazia para o roçado aqui perto, e
já trazia agente para vê essa beleza toda. Ele dizia que os mais velhos
contavam que isso daqui tinha algo estranho, que era os caboquinhos e um
carneiro de ouro que aparecia lá na estrada e quando chagava aqui se encantavam.”
O senhor Edneudo também relatou que
já veio muita gente de fora, conhecer esse local, professores, estudantes de
faculdades de Crato, Juazeiro do Norte, os jovens do REMOP (Retratores da
Memória Porteirense). As pessoas chegam aqui e ficam assim admirados como vocês.
Eu mesmo nunca vi essas coisas que se encantam não. Mais conheci um senhor
metido a índio que andava por essas matas a procura de ervas que curam para vendê-las
que afirma que esse lugar era sagrado, porque ali pertencia a uma tribo no
passado. Dizia também que gostava de trazer “fumo de rolo” para os caboquinhos
quando vinha para essa mata próxima á cidade encantada e que quando esquecia,
só ouvia os uivados dos cachorros dele correndo dentro do mato, sendo açoitados
pelas “caiporas”, nome dado os caboquinhos do mato.
Conforme, percebemos, a cidade
encantada é algo real com relação a forma rochosa, que existe lá no sitio
muquém pra quem quiser vê-la, também é algo imaginário, local de lendas,
crenças e superstição que permite a
mente dos que lá viveram ou ainda vivem
, formando assim, laços da cultura popular e que deve ser preservado pro toda
comunidade porteirense para que possa ser conhecido pelas futuras gerações.
de parabéns está a escola Aristarco Cardoso, pelo brilhante trabalho. obrigado galera do geac, são dessas iniciativas que precisamos para estimular cada vez mais a nossa missão de educador.
ResponderExcluiradimoro aqueles que com inteligência busca fazer da escola um bom espaço á descoberta de novos talentos. Parabens dona Socorro Linard e ao grupo de alunos do Aristarco que compõem o GEAC.
ResponderExcluirMARIA APARECIDA RODRIGUES