quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A feira da troca-compra e venda de animais


A feira da troca-compra e venda de animais
O bate-papo que pode render uns trocados

            Para quem mora ao lado da CE Porteiras – Brejo Santo, na Avenida Maria Gonçalves Dantas até chegar o Posto do Seu Ermírio, não é difícil identificar o dia da feira, pois logo cedinho às 06h00min horas da segunda-feira começa a se ouvir o barulho dos trotes dos animais na pista que passa em direção do local do espaço onde os mesmos são comercializados, em curral ao lado do posto do Seu Ermírio.
            Alí costumam-se encontrar os agricultores e agropecuários do município, bem como negociantes ligados ao ramo da troca, compra e venda de animais, pois, segundo os entrevistados: João Ancilon (75 anos), José Barbosa (75 anos), ambos de Porteiras e Jose Petronílio (77 anos) de Pernambuco, essa feira já existe há mais de 5 décadas. É um local que já faz parte do cotidiano dos moradores e é um ponto de encontro para o bate-papo e também um meio de se ganhar uns trocados.
            A mesma já funcionou em vários locais. Primeiro foi no espaço onde hoje é a Praça da Liberdade. Com a construção da praça ela foi transferida para a Avenida Antônio Libório, mas os órgãos públicos da saúde preocupados com a saúde da população afastaram o local para o espaço onde hoje é a Praça Luiz Caldas Campos. Anos depois a praça foi construída e aí mudaram a feira para o final da Avenida Maria Gonçalves Dantas, ao lado do posto do Seu Ermírio, onde se encontra instalado um curral. Mas, provavelmente, o local logo logo será empurrado para fora da cidade, pois a Avenida cresceu, encheu-se de casas e cresce a cada dia mais. Um dos entrevistados, o senhor João Ancilon (75 anos), morador do Sítio Cancela que desde o ano de 1982, ingressou nessa feira, proferiu essas palavras:

“Essa feira para mim e todos que vivem disso é algo importante, porque dá oportunidade de se ganhar uns trocados e é uma terapia pana nós idosos, porque o bate-papo é bom demais. Era bom nós todos se juntar e exigir  das autoridades  um local certo pra gente negociar em paz.”

            Vemos daí que não dá para mudar a ideologia que já domina a mente dessas pessoas. Essa feira é algo que já entrou para a história, sempre existiu e existirá em nosso município, até porque, segundo relato dos entrevistados ela faz parte do cotidiano popular e da memória de nossa gente. Também, a lida com animais desse porte está em nossas origens, são, portanto vivências e experiências que estão ligadas a um passado histórico. Foi graças ao tropeiro, ao vaqueiro e aos muitos currais de bois e mulas, instalados nas margens do Riacho Oitis que surgiu o nosso povoado, de inicio Conceição do Cariri e depois Porteiras, nome derivado das duas porteiras que davam acesso ao povoado: Porteiras de dentro e Porteiras de fora; surgindo daí a nomeologia definitiva, Porteiras. Assim, o bom mesmo era que esses negociantes tivessem o seu ponto certo, num local com infra-estrutura onde pudessem se instalar definitivamente e perpetuar o negócio que já virou tradição.


Autora: Maria Joyce Vieira de Alexandro

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