terça-feira, 20 de novembro de 2012

A feira livre de Porteiras


 Um lugar de encontros, ponto de sobrevivência que já virou tradição

           
            Nada melhor para caracterizar o cenário típico das feiras nordestinas do que os versos da música Feira de Mangaio que é cantada pela nossa saudosa Clara Nunes, que nos diz: Fumo de rolo arreio de cangalha/ Eu tenho pra vender, quem quer comprar/ Bolo de milho broa e cocada/ Eu tenho pra vender, quem quer comprar/ Pé de moleque, alecrim, canela/ Moleque sai daqui me deixa trabalhar/ E Zé saiu correndo pra feira de pássaros/ E foi passo-voando pra todo lugar/ Tinha uma vendinha no canto da rua/ Onde o mangaieiro ia se animar/ Tomar uma bicada com lambu assado/ E olhar pra Maria do Joá.”
            O universo das miudezas retratado na letra desta música, retrata bem o que era a feira livre de décadas atrás no município de Porteiras. Barracas cobertas, bancas estendidas com variedades diversas, coloriam o espaço das ruas Joaquim Távora e José Soares no centro da cidade. Aqui se tinha de tudo, de cereais vendidos a granel medidos na cuia de oito ao litro de madeira, aos objetos de uso doméstico, como a panela de barro, o pote, a moringa e o caco de forrar café e fazer o beiju. Tinha banca de bolos, doces e comidas, também de enfeites dos cabelos e das flores para enfeitar os santos nas renovações. Roupas, calçados, material para as lavouras, frutas e verduras, etc., constituía o maior ponto de encontro do povo porteirense antes realizado nos dias de sábado e depois nas segundas-feiras.
            Segundo moradores antigos do município, essa feira é uma das mais tradicionais do Cariri, pois atrai gente de toda região do Cariri e é o ponto de encontro dos moradores da zona rural. Nela tem gente que parece uma festa. Uns vem para comprar, outros vem para vender, pois é uma forma de conseguir uns trocados para ajudar na sobrevivência da família e outros que vem para passear, encontrar os amigos e se divertir nos bares e restaurantes da cidade. Mas, segundo o senhor Zé Barbeiro, 77 anos, natural de Porteiras, residente na rua Joaquim Távora, essa feira, não é mais a mesma, as coisas mudam, se modernizam. Antes as pessoas vinham a pé e isso daqui era cheio, começava às 6:00 hs da manhã e só terminava às 16:00 hs, quando o povo voltava pra suas raízes. Hoje, os produtos são vendidos são vendidos nos supermercados, mercearias, lojas. As bancas foram desaparecendo e a feira agora se resume nessas bancas de roupas, calçados, frutas e verduras. Mas, mesmo assim o povo ainda comparece em massa, pois já virou tradição a realização desse evento que acontece há muitas gerações.
 
Por: Francisca Jéssica “3° ano D”








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